quarta-feira, 30 de novembro de 2016

                O mais provável é que nem todos estão certos, assim como nem todos estão errados na maioria das situações. Todavia, é comum ouvirmos justificativas, defesas na linha do “fiz isso/assim, porque todo mundo fez/faz”.
                Você que tem filhos, pense naquela situação em que você repreende um por ter feito algo errado e ele se defende dizendo que o/a irmão/ã também fez, ou que o vizinho, ou o colega também fez assim. Esta resposta resolve tudo para você?
                Você que é professor, pense naquelas colas, plágios, e outras fraudes na avaliação e frequência escolar e ao registrar o ocorrido zerando a prova, reduzindo a nota, ouve como argumento que no ano passado outros colaram ou plagiaram também. Fica resolvido assim?
                Você que é empregador e teve algum caso de negligência ou furto por parte de alguém da equipe e ao ouvir como defesa que um ou mais colegas também fizeram o mesmo tempos atrás, se satisfaz com a resposta?
                Evidentemente que só porque outros fizeram ou até mesmo se todos fizeram, não está necessariamente correto! Da mesma forma, se ninguém fez, não significa que está errado, ou que não vai dar certo.
                Para muita gente, muitos mesmo, o certo e o errado parecem ser sinônimos de concordar ou não concordar.
                Colar na prova; copiar um texto de outra pessoa ou de um autor e assinar, ou insinuar que é seu; colocar o nome num trabalho que não fez; fazer de conta que esqueceu de devolver o troco; dar o troco errado; cobrar mais do que deveria; não devolver o que pegou emprestado; não devolver o livro da biblioteca; dar falsas justificativas para faltas ao trabalho, aulas e compromissos; pegar o jornal do vizinho; dar atestado médico para justificar falta indevidamente; dar licenças sem vistorias; vender e comprar produtos falsificados; furar a fila; dirigir perigosamente; mentir; se vangloriar de algo que não fez ou não participou tentando receber glórias sozinho; fazer “gato” de energia elétrica, água, internet, sinal de televisão... dentre muitas outras fraudes, desvios, falcatruas e golpes que alguns até conseguem achar engraçadinho, ou até ato de esperteza segue sendo errado, mesmo que se imagine que muitos fazem o mesmo!    
                Por que é que alguns precisam levar vantagem em tudo, em todas as ocasiões em que for possível, independente de quem direta ou indiretamente esteja sendo prejudicado, as vezes pagando com a saúde, a tranquilidade e até com a vida?
                Assistir gente cometendo fraudes, crimes, tentando golpes independentemente do tamanho só não é mais lamentável do que ouvir como justificativa e defesa “outro também fez”!
                Bertrand Russel disse que “Muitos homens cometem o erro de substituir o conhecimento pela afirmação de que é verdade aquilo que afirmam”.
                Também é verdade que quem não admite os erros do passado será condenado a repeti-los.
                O errado está errado mesmo quando todos parecem estar fazendo, o certo é certo mesmo que quase ninguém está fazendo!

                Um abraço e até a próxima!

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Respondendo aos boatos

                A nossa capacidade de gerar boatos e proliferá-los é quase infinita, assim como as técnicas utilizadas na guerra de informações em que quase tudo o que é polêmico se transforma, a partir da abundância de informações que chegam a nós diariamente. Consumimos boatos como boatos, como dúvidas, suspeitas e as vezes como verdade. Passamos boatos adiante, depois nos arrependemos de alguns quando descobrimos a verdade. Por vezes aumentamos os boatos “apimentando” os detalhes até para deixar mais emocionante, ou para confirmar algumas ideias que estavam em nosso imaginário a respeito. Um boato quando repetido diversas vezes e quando não é tratado adequadamente se transforma em fatos.
                Os profissionais, as empresas, as instituições vivem de credibilidade e a medida em que a credibilidade é abalada, clientes, fornecedores, investidores, e outros deixam de apostar, investir, comprar, frequentar, por diversos motivos, como não correr o risco de perder dinheiro, pelo receio de ser enganado e ainda, para evitar se confundido ou envolvido. Quando estas situações não são bem tratadas, o afastamento de clientes, frequentadores, recursos, compras, vendas... começa a transformar o boato em fato, proliferando, avolumando, diversificando, gerando ou potencializando crises, por vezes rápidas, outras vezes mais significativas.
                Trocar ideias com mais pessoas, preferencialmente com um grupo de formação diversificada como direito, comunicação, estratégias de mercado, administração é altamente salutar e é o que melhor funciona. Analisar cuidadosamente cada ação e cada reação é mais importante do que a velocidade da reação de quem foi atingido. Assistimos vez por outra bem próximo de nós, verdadeiros desastres cometidos na tentativa de “responder” aos boatos. Declarações em redes sociais, informes em rádio e nota de esclarecimento em jornais são algumas das mais lamentáveis medidas, provavelmente tomadas “de cabeça quente”, após ouvir duas ou três pessoas que “...ouviram falar que...”.
                Pensem naquela situação em que um concorrente desleal, ou empregado cuja recisão não foi pacífica, ou desafeto pessoal que lança um boato de que empresa “X” adquire produtos de carga roubada ou falsificados, ou que a empresa está a beira da falência, ou que não tem o cuidado adequado na manipulação de insumos e alimentos, ou ainda, que não estão habilitados legalmente para o que fazem, dentre outros possíveis boatos que surgem na nossa sociedade. Há várias atitudes que podem ser tomadas nestes casos, que vão desde ignorar, passando por reforçar a comunicação de valor de marca, uma campanha que fortaleça a credibilidade da marca, melhoraria do processos internos alvos dos boatos, divulgação de certificações de qualidade, até a busca de reparação judicial por quem lançou e propagou os boatos. Para escolher as melhores opções diante da situação, é preciso serenidade, racionalidade e principalmente deixar de lado a indignação que toma conta nesta hora, que impulsiona atitudes que podem transformar os boatos em fatos.            
                Quando o boato era um comentário a “boca pequena” estava só entre um pequeno número de pessoas, mas a partir do momento em que o atingido publica na imprensa uma tentativa de resposta,  milhares de leitores e ouvintes que tinham uma imagem positiva da organização que se defende, outros que até nem a conheciam bem, passam a imaginar que o problema existe e é grande, para justificar a vinda a público para se defender. Ao dizer “a empresa X não pratica tal situação”, as milhares de pessoas que não ouviram o boato passam a se perguntar “o que houve” e alguns mais curiosos vão pesquisar para saber os motivos do “porque vieram a público se defender”. Logo vai se ouvir  alguém dizer “sempre confiei neles, mas onde há fumaça, há fogo” e assim por diante. É justamente em atitudes como esta que os próprios atingidos pelo boato o transformam em fatos.
                Gerir bem, principalmente as emoções, e se assessorar bem na hora de reagir a um boato é fundamental para não transformar as especulações em fatos difíceis de reverter. Serenidade, frieza e racionalidade nas horas mais difíceis “é o melhor remédio”.

                Um abraço, e até a próxima!  

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

O tempo passa

                Nesta semana completei 46 anos de vida. Passou tão rápido que as vezes parece que há um equívoco nas contas! Fiz e fui a poucas festas, viajei pouco, trabalhei muito, estudei bastante e talvez por esta combinação, o tempo parece ter voado!
                Neste mês completei 30 anos desde que meu nome esteve pela primeira vez no contrato social de uma empresa. Foi cedo e permitiu aprendizado para as outras sociedades e negócios. Também completei 28 anos desde a primeira vez que assumi uma turma como professor. Foi no ensino fundamental, sendo que depois passei para a educação profissional e para o ensino superior, onde no último dia 1º de março completei 20 anos de atividades. Tive diferentes negócios, sendo docente em paralelo e em diferentes instituições e trabalhando para diferentes organizações. Mudei de cidade algumas vezes, viajo bastante a trabalho, conheci muita gente e muitos destes tenho a felicidade de manter contatos, mesmo que esporádicos.
                Sempre que penso neste tempo, lembro da intrigante questão de Liv Ullmann: “Porque o tempo é tão implacável, roubando-nos as oportunidades se não formos suficientemente rápidos para agarrá-las imediatamente?”
                Por mais que sejamos rápidos, sempre fica a sensação de que deixamos de fazer coisas importantes e há tempos a frase de Charles Darvin, quando disse que “o homem que tem coragem de desperdiçar uma hora do seu tempo não descobriu o valor da vida.” contribui para incentivar um momento constante na vida e a tentativa de avaliar o que fazer e o que deixar de fazer. O tempo passa rápido e por vezes temos a impressão de que a vida passa por nós. Os filhos cresceram muito mais rápido do que eu pensava que seria. Os amigos ficaram mais velhos, principalmente aqueles que não vejo a mais tempo (rs, rs) e fazem anos que entendi que o tempo com a família e os amigos é ganho e aquele gasto com os inimigos é perdido!
                Sou daqueles que entende que viemos para a vida para aprender sempre e que é preciso deixar boas contribuições nesta passagem. Para aprender é preciso viver e conviver e para ensinar realmente é preciso deixar melhor a vida dos outros. Penso que importa muito menos quantas horas ou quantos anos, ficamos aqui, ou lá, com este ou com aquele, do que o que deixamos de legado, por onde passamos e na vida de quem conviveu conosco. Aprender a deixar melhores aqueles por quem passamos é algo que só nos engrandece e se pudermos passar adiante formando uma corrente do bem, podemos iluminar nossa vida e as vidas de quem mais influenciamos.
           O tempo deixa muitas marcas em quem passa pela vida e tenho muitas. Uma delas é o fato de entender que o que está ocorrendo é tão relativo que não faz tanta diferença, pois é a forma como percebemos tudo que importa e realmente conta para cada um de nós.
             Muito obrigado a cada um que lendo, ouvindo, convivendo, ensinando, aprendendo, fazendo, curtindo, compartilhando, contribuindo, amando, odiando, dificultando, desafiando, incentivando, discordando, aceitando, rejeitando... tempera esta vida fazendo-a cada dia mais enriquecedora!

                Um abraço, e até a próxima!  

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Sobre o momento de crise

         Vivemos dias de muitas crises, que antes da crise econômica já davam muitos sinais. Há tempos vive-se uma crise de bom senso e de ética nas relações, onde o desejo de levar vantagem tem se propagado até atingir níveis jamais imaginados. Entendo que esta é a crise que tem ocasionado todas as demais.
         Da necessidade de levar vantagem em tudo, que a longo prazo é insustentável, veio a crise política, onde a manutenção de alianças ocorre cada vez mais pelas vantagens individuais e cada vez menos pela intenção de melhorar o coletivo.
Quanto mais gente se deu conta de que a maioria quer levar vantagem em tudo, se instala a crise de confiança, onde o receio de ser enganado, de perder dinheiro ou patrimônio, de arriscar e perder tudo, mesmo que pouco do que foi conquistado com muito esforço, vai sendo elevado a níveis quase insuportáveis. A quebra de contratos, onde o próprio país muda regras que estruturaram determinados setores, que em tese esperam estar em setores e atividades confiáveis, abalou ainda mais a confiança de investidores, aprofundando um sentimento que chegou aos consumidores.
        Chegamos na crise especulativa, que notadamente, é outra crise decorrente do desejo de levar vantagem em tudo, característica muito presente em nossa cultura popular, que de alguma forma, precisamos conseguir superar. Há setores da economia notadamente capitalizados, porém, os clientes não compram esperando a redução dos preços, uma grande oferta, uma queda nos juros, uma redução dos tributos. O varejo de muitos setores praticamente zerou o estoque pensando em comprar por menos e vender por mais, aguardando o cliente pedir. A indústria aguarda um câmbio favorável, incentivos fiscais, redução de encargos sobre a folha. As entidades sindicais de empregados e empregadores, tentando tirar vantagens diversas do momento, barganham situações que ambas podem se arrepender mais tarde. Instituições financeiras seguram o crédito aguardando o aumento dos ganhos com juros em linhas mais vantajosas. Podemos antecipar o fechamento do ciclo com as corretoras de ações especulando a compra de ações baratas agora para ganhar muito numa possível mudança do governo e assim segue-se tentando obter vantagem em tudo.
       Sobre crise também podemos aprender com uma das grandes figuras de nossa história, o físico alemão Albert Einstein, cuja própria vida, é um grande exemplo de superação. Preocupava os pais aos 3 anos ao ter dificuldades em se comunicar e por mais tarde ter reprovado no primeiro vestibular. Na escola, mesmo tendo desempenho com notas acima da média, era considerado mais lento que os colegas de sala na resolução de problemas matemáticos. Foi influenciado por um médico para fazer a leitura de obras complexas, mesmo desde cedo. A superação de dificuldades particulares e as leituras variadas renderam-lhe a condição de ver o mundo muito além de cálculos e física, nos deixando brilhantes pensamentos sobre os momentos de crises, como este: “Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor benção que pode ocorrer com pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo, sem ficar superado.”
      A superação é importante em todos os obstáculos e com ela temos oportunidades de progredir muito. Albert Eintein ainda tem outro pensamento que deve vir a luz neste nosso momento: “Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais os problemas do que as soluções. A verdadeira crise é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e as soluções fáceis. Sem crise não há desafios. Sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la.” 

        Um abraço, e até a próxima!  

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Sobre gratidão

                Sei que já escrevi outras vezes neste espaço sobre gratidão, mas considero de tamanha relevância este tema, que sobre gratidão, precisamos todos aprender muito. Começando pelas famílias no convívio e na educação com seus filhos, passando pela educação básica, pela qualificação profissional e ações das organizações empregadoras, há muito que se desenvolver nas pessoas no que se refere a gratidão.
                Peço que o bondoso Deus me ilumine e a cada um dos meus amigos, leitores e conhecidos, para que possam ser gratos ao tanto que recebem seja do poder maior no qual acreditam, no que aprenderam e receberam de suas famílias, nas salas de aula, nos convívios, em eventos, nos estágios, nos empregos, nos trabalhos voluntários. Que possamos ser gratos com cada trabalho no qual nos envolvemos e onde ainda vamos trabalhar, pois sempre há muito aprendizado onde quer que nos envolvemos. Particularmente sou muito grato com todas as organizações para as quais trabalhei, pois em todas aprendi muito e todas, de alguma forma, ajudaram a colocar o “pão na mesa” e proporcionar mais conforto e segurança para minha família. Há como não ser grato a isso? Infelizmente, há!
                Sempre haverá o que não nos agrada em algum detalhe, mas é preciso avaliar se aquele ponto pode ou deve barrar nossa gratidão a todo o restante que foi engrandecedor. Tudo o que tem se pesquisado sobre felicidade mostra que o caminho a ser trilhado primeiro é ser grato por tudo o que já alcançamos e ainda vamos alcançar. O sentimento de ser e estar grato é muito poderoso para atrair o que desejamos de bom. A gratidão é um estado de graça, pois quando estamos gratos à vida nos sentimos mais leves e felizes. Praticar a gratidão é muito importante para atraímos mais coisas positivas para a nossa vida.
               O lamentável é que em algumas pessoas, a gratidão é um sentimento que envelhece muito depressa. A gratidão é um fruto de grande valor, principalmente porque só se encontra em pessoas de grande valor. Pense naquelas pessoas que não conseguem se sentir gratas por mais que tenham recebido! Questionem e avaliem o valor destas pessoas, inclusive para de alguma forma, protegerem-se e aprender sempre. Fazer o bem e ser grato, por mais que haja reveses e grandes decepções proporcionadas seres muito ingratos, infelizes e aproveitados que inoportunamente nos atacam, nunca deveria reduzir o nosso espírito voluntário e pró-ativo em favor dos outros.
            Vivenciei e acompanhei situações das mais diversas em minha caminhada. Por toda a minha vida tenho sido voluntário de diversas entidades, o que também tenho feito de forma individual. Sempre que posso auxiliar pessoas a buscarem colocações profissionais e progredirem na carreira, não meço esforços. O que recebo em troca é a satisfação de ver o sucesso pessoal e profissional destas pessoas. Me inspiro em gente do bem, que faz muito mais do que isso e que me deixam com vontade de fazer muito mais. Assim como muitos leitores, também fui vítima de uma tentativa de um golpe trabalhista e financeiro absurdo e insano, da pessoa que emprestei mais auxílio. Gente ingrata, aproveitadora e golpista nunca deveria conseguir desanimar quem é grato e procura devolver ao mundo parte do que recebe.
            Uma pessoa grata, que faz o bem e sem muito olhar a quem, é muito maior do que ingratidão, traição, tentativas de golpes que alguns poucos infelizes, aos quais o universo implacavelmente retorna o que proporcionam. Mesmo arriscando ser vítima de golpes de aproveitadores, é preciso seguir fazendo bem, com fé e a certeza de que a felicidade está na serenidade e na gratidão ao que se recebe!
             Um abraço, e até a próxima! 


terça-feira, 22 de novembro de 2016

Gente do bem

                Tem uma expressão que eu gosto muito de ouvir, que para alguns conhecidos é a referência ao citarem determinadas pessoas, que é “Esse/a aí é do bem!”
                Claro que o conceito de “ser do bem” pode ser tão diferente para cada um de nós, que tenho certeza que seria injusta e incompleta uma tentativa de definir objetivamente o que é “ser do bem”. Me parece que cada um de nós tem um conceito diferente, mesmo que nos detalhes, sobre quem “é do bem” para nós. A filósofa francesa Simone Weil dizia que “O bem é aquilo que dá maior realidade aos seres e às coisas, enquanto que o mal é aquilo que disso nos priva.”
                Para muitos, fazer o bem é dividir suas riquezas. Para alguns, fazer o bem é revelar as riquezas dos outros. Sempre há o que dividirmos com os outros e sempre há como auxiliar o outro a entender os seus próprios valores. Uma das primeiras coisas que tentamos ensinar aos filhos é a diferença entre o bom e o ruim e depois, entre o bem e o mal. Todavia, falta-nos explicar melhor sobre como fazer o bem. Talvez falte a muitos o próprio entendimento do que é ser e fazer o bem, pois ninguém deveria confundir o bem com a inércia e a passividade. A bondade não pode ficar somente nas palavras, precisa ser percebida nos fatos. Quem fica “na sua”, dizendo que não faz mal a ninguém e entendendo que é do bem, deveria rever seus conceitos. Para ser do bem, precisamos fazer o bem!
                As habilidades que desenvolvemos, a autoridade e os poderes que temos e recebemos deveriam representar competências para fazermos boas ações. Ouço e vejo quem diz que não faz “...porque não merecem...” e sempre que posso, recordo a estes a frase do pensador francês Joseph Joubert “a bondade consiste em estimar e amar os outros para além do que eles merecem”. Quando a gente fica se questionando se alguém merece algo de bom que temos a oferecer, temos que questionar a nossa própria bondade, o nosso próprio conceito de fazer o bem. Ao fazer o bem não se deve esperar algo em troca, pois assim, frequentemente nos frustraremos. Precisamos fazer o bem pelo que acreditamos. Eu mesmo já fui tratado injustamente, assim como já fui traído em relações profissionais, por gente que ajudei muito! No entanto, sigo pensando que fazem parte de um pequeno grupo de infelizes que não conseguirão aproveitar o que recebem, enquanto não entenderem a importância da gratidão e o que é ser do bem, e que não mudarão a minha vontade de promover o bem, independente de quem merece ou não!  
                Aquelas pessoas que ao longo do tempo repetem ações do bem contribuindo com a vida de familiares, colegas, amigos, desconhecidos, com os animais, com a natureza... nos deixam com a percepção de que são do bem. Mas sabemos que há muito mais gente do bem, no anonimato, fazendo muitas coisas boas e outros ainda fazendo pequenas boas ações que poderiam se multiplicar, mas que por falta de uma articulação maior, não se propagam.
                O fato é que precisamos bem mais pessoas para abrir portas, puxar cadeiras, porque também é fato, que já há gente demais “puxando tapetes”. Como é bom estar e conversar com gente do bem! As conversas são mais alegres, mais positivas e as presenças são de melhor astral, deixando o clima sempre mais leve e uma partida em paz, com desejo do próximo encontro. Aquelas conversas em que há um interlocutor pronto para contar situações constrangedoras e difíceis de seus conhecidos, até apimentando um pouco, para ter mais atenção dos ouvintes, não contribuem com a vida de ninguém, não é mesmo? Contar ou comentar uma dificuldade ou uma situação constrangedora de um colega, amigo, conhecido, não faz bem para quem conta, tampouco para quem ouve, mas com certeza faz mal para quem é o alvo do comentário.
                “Só o que faz bem ao homem pode fazê-lo feliz”, foi uma das frases célebres de Santo Agostinho. É possível comprovar esta máxima ao ouvir depoimentos de pessoas que auxiliam ou mantém projetos sociais, ambientais, ou são voluntárias em Igrejas, lar de meninos e meninas, lar de idosos, hospitais, comunidades, grupos de jovens e outros tantos.
                É bom estar com quem é do bem nas amizades, no trabalho, nas equipes e nas relações comerciais. Seja do bem, e faça o bem! É muito melhor para você e para todos!

                Um abraço, e até a próxima!  

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

O legado

                Vivemos tempos líquidos, lembra o sociólogo polonês, Zygmunt Bauman, em “Vida líquida” e outras obras. Os avanços tecnológicos nos proporcionam melhorias significativas e mais rapidamente que em qualquer outro momento da humanidade. Vivemos um paradoxo em relação ao tempo, pois a tecnologia abrevia o tempo de muitas tarefas, facilitando, agilizando e aumentando a produtividade, enquanto que nós todos, sendo usuários de boa parte desta tecnologia dizem que o que mais falta em suas vidas é justamente, o tempo.
                Os valores mais nobres e elevados, estabelecidos até alguns anos na cultura ocidental diluem-se como a água com o passar dos anos, escorrendo entre os dedos, sem que alguém seja capaz de segurar. Refletimos sobre os relacionamentos, os empregos, as empresas, os negócios, as famílias, os credos. A vida líquida é uma vida precária enquanto segurança e confiança, pois é vivida em condições de incerteza constante. Quanto tempo ficaremos neste emprego? Quanto tempo conseguimos ficar com este empregado? Quanto tempo permaneceremos no relacionamento atual? Quantos dos meus amigos são fieis e confiáveis? O quanto eu realmente sou amigo dos meus amigos? Por quanto tempo conseguirei conviver com meus familiares, meus colegas, meus amigos?
                Há o tempo de Deus e o tempo dos homens. O tempo de Deus muitas vezes nos liberta, enquanto o tempo dos homens muitas vezes nos escraviza e até distorce conceitos.
                Entendo que uma forma de não nos escravizarmos ao tempo dos homens é pensar no legado que nós e nossas organizações podemos deixar. Em tempos líquidos, tenho proposto pensarmos e agirmos avaliando nossa atividade e as nossas relações pela intensidade e pelo legado e não pelos dias, meses e anos que duraram.
                De forma prática, antes de avaliarmos se alguém partiu mais cedo de nossas vidas, de nosso convívio, de nossa empresa, passaríamos a avaliar o que cada pessoa deixou de contribuições a nossa vida, a nossa organização, a nossa comunidade, país... ao mundo. Em tempos líquidos ainda temos quem fica por muitos anos conosco e cada vez mais, aqueles que ficam fisicamente pouco tempo conosco. Este tempo fica relativo, quando alguém que fica menos tempo do que gostaríamos, deixa um legado que lembraremos por muito tempo.
                Os tempos líquidos vieram para que possamos aprender a valorizar mais a intensidade dos momentos em que vivemos uma condição, ou convívio, que gostamos, do que o número de dias e de anos. As vezes alguém parte mais cedo do que gostaríamos de nossas vidas. Com o passar dos anos, passei a preferir pensar no legado que cada um deixa em nossas vidas, nos empreendimentos, no município, na região, no Estado e no país. Sabemos que o tempo do relógio e do calendário é relativo para quem consegue intensidade no que faz, deixando um legado importante.
                Sentimos os dias passando cada vez mais rápidos, as semanas que parecem horas, os anos voando… e a vida se vai como o vento inesperado: não a vimos chegando, mal podemos dizer quando ela se foi. Só nos resta tentar deixar um legado que possa enriquecer as lembranças e estimular aqueles que também queiram deixar boas lembranças nas vidas, nas organizações e nas comunidades com as quais convivem.

                Um abraço, e até a próxima!  

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Alinhando as escolhas da vida

                Acredito que não precise dizer que gosto de escrever... mas ler é melhor e não se pode escrever muito sem ler bastante. Palavras e ideias melhoram a mente e também alimentam a alma.
                Deepak Chopra autor de muitos livros e artigos conhecido mundialmente, em parte de sua obra fala das leis espirituais do sucesso, onde uma delas é a “Lei do Distanciamento”. Para usarmos esta lei em nosso favor quando estamos em busca de soluções para os problemas que surgem, precisamos desapegar do profundo envolvimento com o problema. Quando ficamos muitíssimo envolvidos com um problema, temos uma compulsão pela solução que pode sair forçada, podendo não ser a melhor solução. Quando nos distanciamos, conseguirmos ficar mais alertas as muitas possibilidades que podem surgir para solução do problema e assim decidir e agir melhor, fazendo as melhores escolhas.
                Chopra diz que “Todo o problema representa uma semente de oportunidade para algum benefício maior. A partir do momento em que atingir essa percepção, uma série completa de possibilidades se abrirá, fato que manterá vivos o encantamento e a excitação.” É preciso abandonar o apego pelo que conhecemos, pois sempre buscamos soluções dentre o que já conhecemos, sendo que o que conhecemos é sempre muito restrito, enquanto o que não conhecemos pode ter infinitas possibilidades.
                Os problemas nos abrem muitas possibilidades de reorganização, reestruturação a partir de uma situação nova. Uma boa solução pode abrir muitos horizontes até então ignorados. É sabido que quando estamos predispostos e preparados para as soluções, ao aprendizado, as boas coisas, vemos melhor as oportunidades. Esta situação, onde a oportunidade se encontra com a preparação/predisposição, que inclusive alguns chamam equivocadamente de sorte, é uma receita de sucesso!
                Deus nos permite decidir por tudo o que quisermos na vida e nos deu muitos talentos. Todavia, muitos não pensam assim e acumulam reclamações sobre muitas das coisas que os rodeia. Infelizmente muitas pessoas não definiram ainda o seu propósito de vida e isso as faz sofrer, assim como os muitos que os cercam. É comum ver gente admirada, ou até fantasiando sobre como determinada pessoa conseguiu isso ou aquilo. A primeira lição a ser aprendida é que quando alguém tem um propósito de vida claro e se prepara para este propósito, este alguém está alinhando as suas escolhas, as suas atitudes e a sua visão, ao propósito de vida, parecendo aos olhos dos outros mais fácil o caminho para chegar ao sucesso pessoal e profissional.
                É muito difícil alguém ser bem sucedido sem ter tido antes uma visão de futuro da sua vida alinhando as suas escolhas, preparação e atitudes para aquele foco. É preciso se conhecer muito bem, para estabelecer um propósito de vida e uma visão de futuro. Reconhecer e reforçar os seus talentos exclusivos tornando-se cada vez mais diferenciado nos meios em que você pretende seguir, é outra necessidade. Além disso, é preciso definir bem o que você pode fazer pelo outros. Perguntando “como eu posso servir”, “de que maneira eu posso auxiliar?” você verá muitas possibilidades de auxiliar os outros com o seu talento e a si mesmo, enquanto valor social, espiritual e consciência.
                É preciso lembrar sempre que a gratidão é poderosa em nossa vida e nos que estão ao nosso redor. Auxiliar verdadeiramente a quem precisa, também é uma forma de ser grato a Deus, a sua família e a sociedade, pela vida que temos.

                Um abraço e até a próxima!  

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

A nova revolução industrial

                Temos discutido as mudanças que se aceleram em relação ao perfil de consumo e o alinhamento de forma mais profunda das indústrias com o comportamento do consumidor, ocasionando a chamada 4ª Revolução Industrial, com sinais muito evidentes em vários lugares do mundo. Voltamos neste assunto já abordado na semana passada, considerando sua amplitude e também os feed backs de vários leitores da coluna e do blog. Definitivamente, tanto a administração pública, quanto as empresas brasileiras precisam entrar mais rapidamente nesta onda. O Fórum Econômico Mundial, que ocorreu na semana passada em Davos, na Suíça teve como tema justamente a 4ª Revolução Industrial.
                O aumento da presença de tecnologias digitais, mobilidade e conectividade de pessoas, já é plenamente perceptível. Todavia, para os brasileiros viverem, prosperarem e ganharem mais num ambiente plenamente conectado desde a produção até o consumo, é necessário educação de melhor qualidade e mais tecnologia.
                Enquanto no Brasil ainda se discute se o Mercosul deve ser incentivado ou não, a Europa discute a criação do mercado digital comum, além do incentivo as cadeias regionais de tecnologias e produtos “verdes” (ecológicos/sustentáveis). Infelizmente o Brasil é conhecido no mundo pelos baixos investimentos em educação e bem pior que isso, pela má gestão dos recursos da educação e dos investimentos em tecnologia. Talvez pelo volume de jovens brasileiros conversando e se entretendo nas redes sociais e em games, poderia parecer que estamos ficando bons em tecnologia. No entanto, no volume de pesquisas de novos conhecimentos, na compreensão de leituras disponíveis na internet e na própria navegação em sites, os jovens brasileiros estão nas últimas posições do ranking mundial de Inovação Digital. (BBC Brasil, 2016)
                Avança rápido e quem quer acompanhar melhor precisa acelerar, o alinhamento da indústria com o consumo hiperconectado e super informado em tempo real, além das mudanças nos sistemas de produção e consumo, amplo uso da inteligência artificial, com sistemas preditivos com memória de nossas rotinas, hábitos e costumes. As ações buscam gerar conveniência, para facilitar a vida das pessoas e também para ganhar competitividade para as empresas, por saber exatamente o que cada um precisa e prefere. A preocupação com as energias e tecnologias verdes vai determinar a prosperidade das empresas nos próximos anos.
                É preciso nivelar por cima a formação dos jovens, a qualificação dos profissionais e os incentivos ao setor industrial. Não podemos seguir nos satisfazendo com algum consumo de tecnologia superficial que é desenvolvida no mundo. Na última década o Brasil deixou de utilizar adequadamente em fundos de reserva e fundos de investimentos em tecnologia, as rendas e tributos extras oriundas do superciclo de exportações quando as commodities como grãos e minério de ferro estavam bem valorizados no mundo.
                A ineficiência da gestão pública é sempre subsidiada com o dinheiro dos contribuintes, mas pior que isso é que a negligência da gestão dos recursos. Os governos têm resolvido os problemas de caixa com mais impostos, mas para a melhoria da gestão dos recursos, é preciso melhores gestores que desenvolvam melhores processos de gestão. Ações desenvolvimentistas sempre podem ajudar a evitar tendências recessivas e recuperar empregos. Também é sabido que mais acesso, assim como aumento da qualidade da educação e da saúde encorajam demanda agregada e aumento de produtividade, melhorando os indicadores econômicos. Para que nosso país dê mais alguns passos no ambiente da indústria 4.0, estas condições são fundamentais.
                Podemos começar direcionando novas e antigas tecnologias para utilização mais eficiente de recursos naturais, energias renováveis e sustentáveis, e desenvolver casas, empresas e cidades mais inteligentes e sustentáveis.
                Um abraço e um 2016 de bons negócios para nós! 


sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Mudanças mais profundas na sociedade e no consumo

                Que a sociedade está mudando e cada vez mais rápido, assim como consumo, que por vezes, muda ainda mais, já sabemos. Que mudanças são estas, em parte sabemos e em parte tentamos imaginar, preparando-nos para o que vem pela frente, a partir das pesquisas e sinais que conseguimos ler em diferentes meios. Em recente entrevista para a Revista Exame, Reinaldo Lorenzato, especialista em indústria da HP – Hewlett-Packard Enterprise, uma das maiores indústrias do mundo, nos revela alguns pontos que segundo os estudos de sua equipe, mudarão a sociedade e o consumo nos próximos anos.
                Apesar de continuamente haverem transformações a partir de evoluções constantes, a história mostra momentos em que ocorrem grandes ondas de mudanças. Assim é na indústria com as revoluções industriais, sendo que na entrevista, Lorenzato defende que no Brasil precisamos nos preparar para a indústria 4.0, na qual vários países desenvolvidos já ingressaram. A 1ª revolução industrial, em 1.700 foi marcada pelo uso do vapor e mecanização, a 2ª revolução ficou marcada pelo uso da energia elétrica, o aumento da escala e a redução de custos de produção, enquanto a 3ª revolução industrial tem sido feita pela automação e inserção da robótica nos processos repetitivos, insalubres, ou que exigem muita precisão.
                No passado as descobertas da indústria que vinham para o mercado balizavam o comportamento da sociedade, ditando tendências. Hoje, são muito claras as evidências de que mais indústrias são influenciadas pelas pessoas e pela sociedade, o que exige que as empresas se reinventem, assim como os diferentes setores de serviço.
                Phillip Kotler no livro Marketing 3.0 já afirmou que o avanço da tecnologia exige colaboração e a integração. Reinaldo, por sua vez tem afirmado que as mudanças devem vir para conectar o ecossistema industrial aos sistemas de consumo, suprimentos, sustentabilidade e outros. Ele diz que podemos esperar indústrias cada vez mais limpas, assim como sua produção e por consequência, o próprio consumo mais limpo. Quando um produto é produzido e vai para uma prateleira está estocando recursos diversos, entre eles matéria prima, energia, mão de obra. Isso quer dizer que dependendo do produto, se ele não for usado, pode ser reaproveitado. Por outro lado, o que muita gente esquece de analisar, é que energia, mão de obra, tempo e outros, nunca poderão ser reaproveitados. Quando a indústria, a sociedade e o consumo colaborarem entre si, teremos um consumo mais consciente, mais limpo e mais sustentável.
                Vemos a desindustrialização do Brasil em função da alta carga tributária, assim como a acelerada desindustrialização de alguns países europeus pelo custo da mão de obra e normas ambientais. Em contrapartida, vemos a forte industrialização de vários países asiáticos, com escalas impressionantemente gigantes. Todavia, veem-se sinais de que a longo prazo haverá um freio no consumismo, fazendo com que indústria, sociedade e consumidor revejam seus processos e hábitos. O que se pode ver é surgir tanto no Brasil, como na Europa, em especial na Alemanha e França, produções em menor escala, mais personalizada, com mais tecnologia e mais valor agregado.
                Sempre que atendo a alguns pais, com dúvidas sobre a formação de seus filhos costumo lembrar que as revoluções industriais, com a mecanização, informatização e agora com automação/robotização nunca reduziram o uso da mão de obra a ponto de desempregar em massa, como alguns apocalípticos diziam a cada nova onda. O que ocorre é que vemos de forma mais acelerada a migração do volume de mão de obra braçal, para uma mão de obra bem mais intelectual, com capacidade de criação, inovação, pesquisa, análise e bastante conhecimento técnico em algumas áreas. É fácil ver que na indústria temos cada vez menos gente carregando coisas e apertando parafusos e mais Engenheiros projetando.
                Nossas empresas precisam ser mais limpas, mais inteligentes e buscar um alinhamento cada vez mais rápido e mais forte com o seu público. Assim, teremos mais chances de ver nossos negócios prosperarem também, ao invés de somente admirar o que os outros estão conseguindo.

                Um abraço e um 2016 de bons negócios para nós!  

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Desafio de gestão 2016

Iniciamos 2016 com indicativos de alta de inflação, queda no PIB, dólar elevado, retração no consumo e incrivelmente, mais impostos. Considerando ainda que muitas organizações precisariam recuperar perdas de 2015, ainda em 2016, as perspectivas econômicas são de um ano que proporcionará muitos e bons desafios para empresários e executivos. Para quem gosta de gamificação, ou seja, transformar em jogo para ficar mais atraente, imagino que este seria um bom jogo: “Desafio de gestão – versão 2016”.
                Na semana que passou conversei com um empresário e um executivo, de empresas diferentes do setor metalomecânico que têm em comum o fato de estarem na “contramão” do que vem sendo divulgado no noticiário comum. Ambas investindo, uma em volume de pessoal qualificado e a outra duplicando a planta industrial. Uma preparando-se para um cenário de maior exportação e outra para um cenário nacional de crescimento de vendas de seus produtos. Além do crescimento, estas empresas tem em comum o fato de terem feito ao longo de 2015 bons planejamentos, aprimorado o sistema de gestão pela qualidade e terem feito minuciosas avaliações na empresa para entender os cenários internos, externos, os clientes e a concorrência. Alguns diriam em outras palavras, fizeram um “raio X” das suas organizações.
                Quem está no mercado querendo e precisando seguir em frente, deve fazê-lo com foco de qualquer negócio, ou seja, na rentabilidade. Para tanto, revisão dos custos, análise das margens, ampliação, ou redução da amplitude e profundidade do mix de produtos, assim como a análise dos principais pontos do planejamento estratégico é fundamental. O equilíbrio da boa avaliação tanto dos fatores internos (dentro da equipe e da empresa), quanto dos fatores externos (comportamento dos clientes, ações da concorrência e dos fornecedores), é fundamental. Olhar somente para fora da empresa, sem considerar todas as condições internas é tão equivocado quanto olhar somente para dentro da empresa, sem considerar todas as informações relevantes que afetam clientes, fornecedores, concorrentes.
                Conforme já refletimos em outros textos, o consumidor está retraído mais pelo que circula nas diferentes rodas de conversa e no noticiário de rádio, jornal, mídias sociais e TV, do que pelas suas economias. De qualquer forma, é fato que temos uma redução de vendas, o que é normal em tempos de crise. Assim, mesmo que faça calor, não haverá o mesmo volume de vendas de ar condicionado, ventilares, roupas de banho, piscinas, que haveria, do que se tivéssemos o PIB crescendo, câmbio estável, a política mais tranquila.
                Aquela velha conhecida análise do ambiente interno (listando pontos fortes e pontos fracos), comparando com o ambiente externo (ameaças e oportunidades) precisa ser feita urgente para quem não tem e periodicamente, para quem ainda não estruturou. Esta análise pode determinar o cenário das prioridades e proporcionar o desenvolvimento de planos de ação para identificar as prioridades e atacar o que mais gera impacto na rentabilidade.

                Claro que não dá pra ter uma centena de planos de ação de uma vez e por isso precisa-se ter claro as prioridades da organização e de cada setor. O foco inicial é naqueles que são considerados básicos, como reduzir despesas e aumentar as receitas. Para reduzir as despesas, o foco é determinar quais áreas e o que não pertence ao foco principal do negócio. A partir daí, é possível ter mais claro o que pode ser terceirizado ou mesmo eliminado. Já para aumentar as receitas, é preciso buscar novos mercados, vender mais produtos (complementares) para os clientes que já estão na base, prospectar novos clientes e criar novos produtos. Para qualificar a gestão, reduzir custos e ter os principais indicadores de desempenho da organização a mão, o uso de sistemas de gestão é determinante. Eles oferecem a integração das informações, onde todos os processos ficam em uma mesma base e a tomada de decisão se torna mais eficaz. Com estes pontos básicos, o empresário, os executivos e a equipe de apoio terão condições de manter a organização competitiva neste ano de muitos desafios de gestão!
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