terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Um exemplo de recuperação com gestão profissional

        Qualquer organização que esteja em crise, tem em sua frente duas possibilidades, sucumbindo, ou repensar-se e recuperar-se a ponto de ser melhor do que antes. O caminho da superação passa muito longe de ações intempestivas, improviso, desespero, revanchismo, busca de culpados. As premissas para recuperação de organizações estão, via de regra, ligadas às melhores práticas de gestão, planejamento, bom senso, responsabilidade, ética, decisões coletivas e especialmente, profissionalismo dos gestores e suas equipes. 
       No passado recente, muitas foram as notícias sobre as crises financeiras, dívidas, falta de pagamentos, greves de estudantes e docentes, sobre a FIDENE, mantenedora da Unijuí. A dívida estimada e noticiada pela imprensa alcançava cifras de mais de R$ 80 milhões e citavam-se índices como 95% de endividamento sobre o patrimônio líquido. Eram as notícias mais presentes, durante um bom período, onde uma ou duas pessoas se mantinham no poder eleição após eleição, até que um movimento coletivo de forte de discussão interna, culminou com uma disputa eleitoral, onde chapa vencedora, ancorada no profissionalismo da gestão e na qualidade acadêmica, iniciou uma nova etapa na gestão universitária.
       Após um planejamento estratégico da mantenedora e de todas as mantidas, cuja principal é a Unijuí, iniciou-se um longo processo de recuperação financeira, baseado em excelência na gestão, ampla participação da comunidade acadêmica, profissionalismo, ética e  respeito as pessoas que a construíram.            
     A reitoria eleita foi composta com a pretensão de colocar o melhor perfil de gestor em cada posto, assessorando-se de profissionais de muita competência e experiência em áreas específicas.
            Uma equipe de excelência foi sendo montada, contando com um gestor dos melhores com quem já trabalhei: Martinho Kelm, bacharel em Contabilidade, Mestre em Administração, Doutor em Eng. de Produção com concentração em Finanças, tinha experiência como consultor empresarial e como professor. O prof. Martinho foi escolhido para Diretor Executivo da FIDENE e Vice-reitor de Administração e é hoje o Reitor da Unijuí e Presidente da FIDENE. Um homem íntegro, acima de tudo, com experiência em gestão de ambientes complexos, com excelente formação acadêmica em gestão, é tido hoje como a maior liderança da recuperação da FIDENE e suas mantidas. Um líder talentoso e gestor reconhecido no meio acadêmico de boa parte do país e na iniciativa privada, além de bancos e órgãos públicos, tanto que já recebeu convites irrecusáveis (na minha opinião) para gerir outras IES no Estado e no país. Ele afirma que quer concluir a missão de ter a mais qualificada e mais bem gerida instituição do interior do país.
            Tive a satisfação de trabalhar em parte desta recuperação institucional, convidado pelo Martinho. A situação inicial era impressionantemente difícil, mas o bom gestor se mostra na dificuldade, quanto também aparecem as mais legítimas lideranças. Recebi a missão coordenar o Planejamento Estratégico e como diretriz, que poderíamos reestruturar o que fosse preciso, desde que a qualidade acadêmica e o atendimento aos estudantes, fosse posta acima de tudo. Foram e são muitas as negociações, que permitem vários cortes orçamentários, reestruturações das mais diversas, demissões, enxugamento. Por outro lado, mesmo com muitas dívidas, foram e são realizados fortes investimentos em infra-estrutura, dando conforto e qualidade aos estudantes e docentes, buscando a excelência. Ainda há muito a ser feito, mas os resultados já aparecem em estabilidade econômica, alta credibilidade junto aos financiadores, órgãos públicos, melhores relacionamentos com a comunidade e principalmente, alcançando as melhores colocações nos rankings de qualidade dos órgãos avaliadores externos. Hoje a Unijuí está entre as “Top 10” - melhores universidades privadas do Brasil, conforme o INEP – MEC e a cada ano, mais cursos recebem certificados como 5 estrelas, colecionando conceitos máximos em avaliações externas.        



segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

“Já tinha” ou “Lá tinha”?

                   Como país vivemos um dos melhores 
períodos de desenvolvimento da história e as tendências mostram que se nada de muito heterodoxo acontecer, estaremos entre as 5 maiores economias do mundo em 2020.  
Eu acredito nisso e o que vivemos no presente é resultado da estabilidade econômica, qualificação dos processos e dos controles do Estado sobre a sua própria gestão. Vivemos os resultados de uma caminhada longa e do conjunto de esforços construtivos e coletivos de toda uma nação. Sabemos que há muito a ser feito, mas o ciclo de prosperidade vai gerando um efeito positivo com aumento da confiança na estabilidade dos processos, que atualmente, quase todos os gestores das organizações brasileiras conseguem decidir, planejar e desenvolver seus negócios e suas organizações, num ritmo de desenvolvimento tão forte que a atual geração, não conheceu.
                Há no entanto, gestores que inexplicavelmente, preferem dirigir na contramão da história, da economia e dos rumos do seu setor de atividade. Felizmente são poucos, mas infelizmente, onde eles estão, o declínio parece cada dia maior. Sabe aquele lugar que toda a vez que você sugere alguma coisa as pessoas dizem “isso já tinha aqui” ou “aquilo já tinha”, ou ainda “é uma pena, mas isso já tinha e fulano também acabou com isso”. É a organização que fica conhecida como “Já tinha”. Há também uma  variação, a “Lá tinha”. Outro dia estávamos num grupo e uma pessoa começou a analisar e relembrar as tantas e muitas atividades que determinado gestor de uma organização havia fechado nos últimos anos. O comentário se estendeu e muitas e muitas vezes se ouviu os presentes dizerem: “lá tinha isso”, “lá tinha aquilo”, “lá tinha tantos isso e tantos aquilo”... Pensei que se alguém que não conhece o nosso idioma e ouvisse a conversa, poderia pensar que estava-se falando de um lugar chamado “Lá tinha”.
                É sem dúvida lamentável ouvir histórias assim, que entristece a todos que foram ou são atores destes episódios. Os chamados “líderes destruidores” ou ainda “líderes destrutivos”, como parte da literatura denomina este tipo de gestor, precisam ser afastados assim que os olhares mais atentos os percebam. Parece incrível, mas muitas organizações passam por várias chances de virar a direção e sair da contra-mão da história, mas inexplicavelmente contribuem para perpetuar o “destruidor” no poder, mesmo mantendo a rotina pela qual ficou conhecido, ou seja, fechando setores que seriam hoje grandes fontes de renda, ou de relacionamentos institucionais, ou garantidores da atividade fim e tantas e tantas ações que tiveram fim. Reduzindo, cortando, terminando, encerrando, arrasando, este tipo costuma colocar as culpas dos seus erros grosseiros de gestão, nos outros, criando verdadeiras cortinas de fumaça, escondendo, mascarando informações e iludindo, para reforçar a lamentável marca da “lá tinha” ou “já tinha”.     
                Os maus líderes e maus gestores costumam enfraquecer muito as equipes das suas organizações, seja técnica, profissional ou emocionalmente, para que as pessoas não se dêem conta do poder que tem. Mas as organizações de nosso país têm cada vez menos espaços para este tipo de gestor. Por mais frágil que esteja o grupo, é preciso criar condições para imediatamente estirpar este verdadeiro mal destas organizações. Dar poder à gestão profissional, ao bom senso, a racionalidade, às decisões coletivas, ao planejamento, ao respeito, á ética, desenvolvimento coletivo, é o único jeito de salvar e recolocar a organização no caminho da prosperidade, para voltar a aproveitar as muitas oportunidades que o atual contexto apresenta.
                Você leitor, não deixe a sua organização ser dirigida na contra-mão! Neste rumo você já sabe: é mais “lá tinha”, ou “já tinha”!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Reduz o número de falências no Brasil

     A Serasa divulgou recentemente que em 2010 houve o menor número de falências decretadas no Brasil, desde 2005. As micro e pequenas empresas têm atualmente, em media, mais tempo de vida do que há 5 anos atrás. Linhas de crédito mais acessíveis, qualificação dos gestores e empreendedores, atitudes profissionais, combinadas com o aquecimento do mercado, são apontados pelos especialistas como os principais fatores da sobrevivência e desenvolvimento das empresas brasileiras. Outras questões como a inovação de produtos, conscientização das necessidades de organização, qualidade e melhorias para o cliente, também são os fatores de manutenção e desenvolvimento das organizações em seus mercados.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Sonho e pesadelo

          Um tempo atrás, acompanhando atentamente o discurso de posse de um dirigente de uma organização importante, algumas frases fixaram na minha memória justamente por estarem descritas na literatura sobre liderança e gestão como presságios do que pode vir depois. No discurso, o gestor que tomava posse mencionava o quanto era importante para ele e para sua família, ter alcançado aquele cargo. Mostrava satisfação e orgulho diante da grande conquista pessoal que havia obtido. Destacou que alcançava o seu grande sonho, pois trabalhou boa parte da vida naquela organização e agora havia orgulhosamente conquistado a condição de representante maior.
                Passado um tempo da conquista deste particular, a organização e a equipe vivem dias de verdadeiro pesadelo do qual parecem estar cada vez mais distante do amanhecer. Surgem diariamente más notícias de toda a ordem, sem que os gestores consigam reverter o quadro de declínio.Uma lamentável e triste história, sem dúvida!
                Costumo aconselhar aos participantes de minhas palestras, aulas e neste momento aos queridos leitores, que ao sonhar em assumir a gestão de uma organização e/ou ter um negócio, este sonho precisa estar acompanhado de um propósito digno, de um bom conhecimento sobre a organização que quer dirigir e principalmente os desafios de ser gestor e líder de equipes complexas. Precisa ainda um plano claro sobre como irá contribuir para esta organização e especialmente de condições pessoais e profissionais mínimas para dar conta das necessidades da organização e da equipe.
                O sonho vira pesadelo em geral quando os propósitos em ascender a gestão estão baseados em ambições particulares e nos casos em que se chega lá sem saber o que fazer, deslumbrando-se com o poder, dando-se conta tardiamente de que não avaliou suficientemente, não planejou para gerar bons resultados e o pior, quando se está no poder, acompanhado de outros mal preparados ou até mal intencionados.
                Infelizmente, ainda restam, embora sejam poucas, organizações nas quais estes tipos conseguem se articular para alcançar o poder. Geralmente estes oportunistas e gestores mal preparados aproveitam-se de situações em que as equipes estão desarticuladas, mantidas com poucas informações sobre a realidade da sua organização, ambiente em que a ilusão, a falácia e os argumentos sem fundamentação proliferam.
                Felizmente, cada vez mais organizações brasileiras têm conseguido evitar que estes tipos cheguem a cargos de gestão. Profissionalismo, respeito as competências profissionais diversificadas, bom senso, ética e foco em resultados, são determinantes para gestores e líderes que precisam superar momentos difíceis e concorrência crescente.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Se queres conhecer alguém, dai a ele o poder!

        Quem já não ouviu esta frase ao se referir alguém que está colocando “os pés pelas mãos” ao ascender a algum cargo?
           Algumas pessoas são tão fascinadas pelo poder, representado por cargos ou funções de maior visibilidade, que fazem qualquer coisa para alcançar o seu desejo maior, representado por determinada posição. Fazem amigos por puro interesse e os dispensam, traem, sacrificam, sem qualquer sentimento, pois foram apenas ferramentas para alcançar o que desejavam. Os mais ardilosos agem sem chamar muito atenção, agindo nos “bastidores” e apenas se mostram quando o poder desejado está em suas mãos. Por vezes nem conseguimos  reconhecê-los, quando suas ações na nova condição, começam a aparecer.
      Estes maus líderes dependem do poder como seu corpo depende do oxigênio para viver. Com o passar do tempo, o poder passa a ser exercido de forma cada vez mais doentia e situações como ameaças, por exemplo, que eram veladas, passam freqüentemente a ser mais evidentes. Para este mau líder, aterrorizar, criar pânico, esconder informações estratégicas e iludir sobre a situação real para gerar sensação de dependência para os seguidores mais fracos ou desinformados, é a sua estratégia de manutenção de poder. A sobremesa favorita do líder doentio e do mau gestor é criar cenários para poder vingar-se e/ou tirar para bem longe aqueles que possam mostrar a situação real e abrir a cortina de fumaça que ele cria para se manter no poder, a qualquer custo.
     Identifique o mau líder e em seguida livre-se dele! Se não o fizer, a sua organização estará em colapso, assim como a própria mente doentia daquele que busca tornar os fracos e/ou pouco críticos, seus dependentes e dispensa aqueles que não se iludem com suas sandices.

Passe a direção para a senhora do cafezinho!

          Algumas pessoas lidam tão mal com o poder, que conseguem pensar e agir como se a organização fosse o quintal da sua casa, utilizando os recursos de todos como se fossem seus brinquedos prediletos. 
         Quem pensa que gerir um negócio, ou dirigir uma instituição é cortar custos, a melhor atitude é promover a senhora do cafezinho para o seu lugar!
      Pense bem: a senhora do cafezinho sabe conviver com maiores dificuldades financeiras. Ela vai economizar em vários itens que o mau gestor nem lembra que existem e principalmente, tem um salário muito menor, custando muito menos para organização, gerando ao final, possivelmente um resultado melhor. Veja que a senhora do cafezinho vai se concentrar na tarefa de cortar custos e não vai criar subterfúgios para disfarçar suas dificuldades em conviver com os profissionais que entendem melhor de gestão do que ela e cortará exatamente aquilo que pode ser dispensado, sem prejudicar as suas fontes de renda e também não vai exigir privilégios para si ou dar privilégios ao marido, ou filhos. Afinal, a missão dela é cortar custos, o que é muito diferente do que dirigir uma organização
                O bom gestor mantém custos e despesas controlados e adequados a qualidade que se promete ao cliente. Um bom gestor dirige a organização rumo a melhoria contínua, mantendo a equipe sem sobressaltos, pois atualmente a economia e o mercado só surpreendem os maus gestores, desavisados e desinformados. Para gerir bem uma organização, é preciso priorizar a geração de receitas, através da melhoria contínua da qualidade, inovando e promovendo a organização para manter e atrair novos clientes. Investimentos, despesas, custos, são pagos com as receitas geradas pelos atuais clientes quando satisfeitos e por novos clientes atraídos pela forma como foi promovido o que a organização faz de melhor. Mas para isso, a senhora do cafezinho precisa se qualificar ou entregar a gestão para quem se preparou!
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